5.11.2014

{sobre amor e cigarros}

Meu primeiro cigarro eu acendi tentando impressionar uma garota, aos treze anos. Seu nome não me vem à mente agora, mas por algum tempo (e isso pode significar anos ou horas) eu a amei. Posso afirmar com convicção, porém, que meu amor queimou intensamente durante todo aquele cigarro.
Sabe, o amor é um vício como qualquer outro, tão inventado pelos homens quanto o cigarro ou álcool. Não estou dizendo que ele não existe, pelo contrário: somos todos usuários do amor. Passamos a vida consumindo seus derivados na televisão, no cinema, na música, nos livros de bolso que compramos no aeroporto... Os poetas vivem do amor como um dentista vive de arrancar dentes. E nós não passamos de bocas desdentadas.
O amor de verdade não é algo que acontece muitas vezes na vida de uma pessoa, mas falam sério quando dizem que é eterno. A dependência é eterna. Mas o prazer, guardadas as devidas proporções (da eternidade), dura tanto quanto uma tragada.

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