Lágrimas caem feito pétalas no outono
Meus olhos desbotam, com o monótono gotejar
Triste canção que me afasta o sono
- ao invés de acalentar
Olho a janela, as luzes se movem
As nuvens do céu se dissolvem no mar
Sonho acordada que sou tempestade
Mas nunca aprendi a trovejar
Cravo as unhas sobre a face
Meu disfarce já vai se desmanchar
Mancho os lençóis com meu sangue vermelho
Vejo o espelho me denunciar
O arco que atravessa a íris
Um raio me rouba o ar
Arrepios febris sacodem meu corpo
Que parece evaporar
Minha alma se transmuta
Mas o penar nunca se esgota
Sou tempestade em conta-gotas
Trovão de uma garganta muda
2 comentários:
você escreve de forma incrível! não tem palavras pra comentar... seus poemas são extraordinários!
ver seus textos/poemas é um prazer pros olhos e pra mente :)
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