8.13.2011

Poesia quando cala

Poesia quando cala deixa o coração pesado
A garganta se fecha pras palavras
E os sonhos, escravos do passado
Dissolvem-se no abismo de uma mente estéril

Não há ponteiros nos relógios
Nem mistérios do destino
O tempo passa em silêncio
E a gente nem sente a alma dormente (dormindo)

A boca parece que resseca
Não há saliva e consequentemente não há beijo
O peito se contrai, mas se trai
Assassina o romance com um “tanto faz”

As canções de amor parecem todas iguais
A tristeza se distrai com a transa
A saudade se acomoda como um hóspede
Mas a casa permanece vazia

As cortinas dos olhos se fecham para o sol
E até o céu já não é azul como antes
Mas ainda existe uma luz  que entra pelas frestas das janelas
Que revela um amanhecer remoto
Pois mesmo do sono mais profundo
A alma um dia acorda

Poesia quando cala, transborda.